Wednesday, March 29, 2006

SOBRE PASTORES E LOBOS

Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. No entanto, não é difícil distinguir entre um e outro.

Veja:

Pastores buscam o bem das ovelhas, lobos buscam os bens das ovelhas.
Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes.
Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.
Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.
Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.
Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.
Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.
Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a igreja deles.
Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos.
Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.
Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.
Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto.
Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.
Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.
Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.
Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais.
Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.
Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.
Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.
Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.
Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.
Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.
Pastores constroem vínculos de amizade, lobos aprisionam em vínculos de dependência.

* Pr.Omar Ludovico, que saiu na revista Enfoque deste mês.
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Terminar bem é tão importante quanto começar bem.
Hb 3:12-14.

Thursday, March 16, 2006

Turma Zé Pereira

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A Turma Reverendo José Pereira é formada pelos alunos do quarto ano do Seminário Presbiteriano de Brasília e tem um perfil dinamico e jovem. A idéia desse espaço é criar uma interação nossa. Que cada aluno participe e deixe sua idéia.

Em Cristo
Coracy Coelho

Igreja crescer ou amadurecer? Uma dicussão que é nossa.

Em tempos de bombardeios em relação ao crescimento da Igreja onde todos questionam principalmente a IPB e seu crescimento vejo textos como esse abaixo e me pergunto se de fato nosso preocupação está correta ou se não é apenas convenção ao momento corrente. O que vocês acham? Abaixo o artigo do Robinson Cavalcanti

Filhos ou Netos de Deus?
“Porque sois filhos de Deus, pela fé em Cristo Jesus”

Nos meios evangélicos brasileiros já está em uso, logicamente, a distinção entre jovens crentes e filhos de crentes. Esses últimos, embora nascidos em lares evangélicos, e – dependendo de sua denominação – batizados, nem por isso são considerados cristão. São filhos de filhos de Deus, ou netos de Deus. Afirmava um pastor colombiano que conheci: “Deus não possui outro tipo de parentesco; ou se é filho de Deus, ou não se é nada. Não se recebe a Cristo por osmose, mas por conversão.”

Numa mesa-redonda de que participei em Caxambu, subordinada ao tema: “Por que os jovens estão saindo da igreja?” (posteriormente publicada pela revista Mundo Cristão), destacou-se a opinião de um estudante universitário de Campinas: “Muitos moços entram na igreja pela porta da frente e saem pela de trás, porque não recebem educação cristã.” Na realidade falta a muitas igrejas e famílias evangélicas a preocupação de ministrar a seus filhos um conhecimento sólido das doutrinas fundamentais da fé evangélicas: o que cremos, e porque somos o que somos.

Reconhecemos, porém, que encontramos muitos jovens com formação cristã que os capacita apenas a um conhecimento intelectual do Cristianismo e ao uso do vocabulário cristão um verniz religioso. Mas não é a formação nem a filiação que faz um cristão, ma sim a transformação. A tradição da família e do grupo, os bons livros, a lavagem cerebral, o condicionamento social e psicológico não fazem filhos; geram netos de Deus. Quando saem do ambiente, quando mudam de grupo ou quando recebem o impacto de idéias novas, era uma vez o filho-de-crente. Muitos até andam loucos à procura de uma ideiazinha nova que siva de ampara para “cair fora da jogada”. E os pais a arrancar os cabelos: os meninos está perdendo a fé. Na verdade o filhinho querido jamais teve fé.

Os pais cristãos, mesmo cumprindo suas obrigações de doutrinar, de fazer estudo bíblico, de levar à igreja, etc., devem ser estar preparados para a possibilidade de alguém de seus filhos não seguir a fé.

Necessitamos de uma geração de jovens crentes preparada intelectual e espiritualmente para continuar a luta, para receber o legado de seus maiores, das heróicas gerações que nos antecederam. Que o aburguesamento e a afluência das denominações históricas não leve a uma geração de indigentes espirituais. O piro é que muitos netos permanecem na igreja para, através de ginástica teológica, tentar perverter a fé simples “uma vez dada aos santos”, e servir de empecilho e escândalo para os novos que buscam um encontro com Cristo.

É preciso uma decisão autêntica. É melhor que as igrejas fiquem vazias a templos cheios de gente vazia. Que as igrejas evangélicas ensinem a história e as doutrinas do Cristianismo reformado. Que seja dada uma ênfase a um momento devocional a sós com Deus, diariamente; que os crentes adorem e comunguem com Cristo. Que se restaurem os grupos de estudo bíblico, para complementar o ensino da Escola Dominical. Que os pastores permaneçam na sã doutrina, e não deixem levar pelos “cantos de sereia” do populismo e outros ismos. Que preguem que Cristo é Salvador e também Senhor. Que fé e obediência caminhem juntas no discipulado.

E pela fé em Cristo Jesus, afirma o apóstolo, que somos feitos filhos de Deus. Você, leitor, já é filho ou ainda permanece como neto?

Extraído do livro Cristão, esse chato. De Robinson Cavalcanti bispo da Diocese Anglicana do Recife, cientista político e autor de, entre outros, Cristianismo e Política: teoria bíblica e prática histórica (Ultimato) e Uma benção chamada sexo (GW Editora)